segunda-feira, 28 de março de 2011

Zona Oeste tem estações de tratamento de esgoto da Cedae abandonadas

O descaso com o dinheiro público e com os moradores de Inhoaíba, Região de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Este foi o quadro encontrado pelos integrantes da Comisssão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) em vistoria realizada na manhã desta segunda-feira (28/03). Além de constatar a falta d´água nas casas, os deputados visitaram uma estação elevatória que causa transtorno à população e duas estações de tratamento de esgoto completamente abandonadas. “Isso é dinheiro público investido jogado fora porque essas estações nunca funcionaram; elas se tornaram um problema para os moradores”, afirma a vice-presidente da Comissão, deputada estadual Lucinha (PSDB).

Deuptados Lucinha e Waguinho fiscalizam
a estação de esgoto abandonada em Vilar Carioca
De acordo com a parlamentar, as estações de tratamento foram projetadas pela Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) e construídas, há mais de 15 anos, através do Programa Favela-Bairro. Uma estação fica em Vilar Carioca e a outra, na comunidade Nova Cidade. Juntas, poderiam tratar o esgoto de cerca de 70 mil casas, mas não é o que acontece. “O esgoto dessas residências são jogados in natura nos rios da região”, afirma. 

Crianças se arriscam nos muros da estação
abandonada em Vilar Carioca
Os tanques das estações de tratamento, com cerca de nove metros de profundidade, estão abertos e sem nenhuma proteção ou vigilância, colocando a vida da população em risco. Além disso, o mato, o mau cheiro e os mosquitos tomam conta do lugar. “Se não há interesse em colocar em funcionamento, que sejam destruídas, fechadas para evitar uma tragédia maior. Em Vilar Carioca a estação abandonada fica ao lado de duas quadras de esporte e de uma creche da prefeitura. Isso é um absurdo porque as crianças se arriscam brincando aqui, sem contar que a água parada é uma fonte de doenças”, diz Lucinha. 

Segundo os moradores, não há casa nas redondezas em que pelo menos uma pessoa não tenha contraído a dengue. É o caso da família Mirindiba. Das 13 pessoas que vivem no prédio de dois andares, três já foram infectadas pelo Aedes Aegypti este ano. “Eu tenho muito cuidado com vasos de plantas e mantenho a caixa d´água tampada. Eu só posso crer que o mosquito venha dessa estação parada”, acredita Elizabete, moradora da Rua 54, que fica em frente à estação de tratamento abandonada.                                               
Moradora da Nova Cidade protesta
contra falta d´água na comunidade
Na comunidade Nova Cidade, o quadro também é desolador. Os moradores convivem com grandes piscinas com água parada. Segurando cartazes, os moradores aproveitaram a presença dos deputados e protestaram pedindo o fechamento da estação de tratamento e solução para a falta d´água na região. “Na minha casa só tem água a cada três dias, mesmo assim bem fraquinha. Nos outros dias a gente se vira com água de poço”, diz a diarista Maria do Anjos, de 70 anos. 
Propaganda irregular do governo estadual
Nessa mesma comunidade os deputados viram uma propaganda do governo estadual que, segundo os moradores, foi colocada há seis meses. Do programa “Água Para Todos”, a placa anuncia “melhorias no sistema de abastecimento de água da comunidade Nova Cidade”. “O interessante é que esta placa não diz  a data de início nem término da obra, não fala o engenheiro responsável e muito menos o valor do projeto”, questiona Lucinha.  

A Comissão de Saneamento vai encaminhar um ofício aos órgãos responsáveis. “É de competência desta Comissão cobrar atitude da prefeitura, do Governo do Estado para acabar com esse jogo de empurra e resolver o problema. Nós também vamos pedir um relatório à Cedae com todas as estações de tratamento que estão paradas e em funcionamento para verificarmos suas reais situações porque é desolador ver tanto desperdício de dinheiro público e descaso com os moradores”, finaliza Lucinha. Também participaram da vistoria o deputado Waguinho (PRTB) e assessores técnicos dos deputados Aspásia Camargo (PV) e Comte Bittencourt (PPS).

Esta foi a segunda vistoria realizada pela Comissão de Saneamento da Alerj, que pretende vistoriar Nova Iguaçu na próxima segunda-feira (04/04) e no dia 11, os municípios de São João de Meriti e Nilópolis. Os resultados do estudo realizado pela comissão serão apresentados às prefeituras em um seminário na Baixada Fluminense, prevista para o dia 5 de junho, Dia do Meio Ambiente.

2 comentários:

  1. CONTINUAMOS SEM AGUÁ 15 DIAS VCS GUANDO QUER VOTO SABEM MUITO BEM O QUE FAZER AGORA ESTAMOS SEM AGUÁ NEM UMA RESPOSTA VCS DÃO PARA NOS.ESTAMOS ABANDONADOS.VILAR CARIOCA MERECE UMA ATENÇÃO MELHOR.

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  2. Agora a coisa vai mudar.
    Processo nº. 0284753-44.2013.8.19.0001
    1 - De início, cabe esclarecer que não há como o Poder Judiciário interferir na forma de execução da prestação do serviço concedido, impondo troca de equipamentos, etc, pois tal função está sob o crivo do Poder Concedente através da fiscalização imposta por lei, porém em se tratando de serviço público essencial - fornecimento de água - impõe-se, em prol do princípio da continuidade do serviço, a concessão de medida que restaure a prestação que restou interrompida. Nesse contexto, restando comprovada a falha na prestação de serviço público de fornecimento de água pela concessionária ré, CONCEDO PARCIALMENTE A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, para determinar o restabelecimento no abastecimento de água no bairro denominado ´Vilar Carioca´, localizado em Inhoaíba, Campo Grande, nesta cidade, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de multa diária no valor de R$2.000,00 (dois mil reais), pelo inadimplemento desta obrigação de fazer. I-se. 2 - Cite-se. 3 - Após a resposta, publique-se o edital do artigo 94 da Lei 8.078/90, no prazo de 20 dias. 4 - Por derradeiro, ao Ministério Público.

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